GALOPE PARA BEATRIZ


Em dois mil e treze, viajei ao sudeste
deixando as fogueiras do alegre São João,
voei pra São Paulo, andei de avião,
deixei a fartura do milho – o nordeste.
Eu fiz finca-pé, fui cabra da peste
na grande esperança da filha, encontrar.
Cruzei a Paulista à procura do lar,
de carro e a pé desloquei-me feliz;
então, finalmente, encontrei Beatriz
cantando galope distante do mar.

Seis anos se foram, restou a lembrança
da Casa das Rosas e das livrarias,
dos bares diurnos, das noites tão frias,
do Terraço Itália, do MASP que avança.
No vinho encorpado da grande esperança
bebemos felizes com bom paladar.
De pé, comemoro o nosso estradar
em mês invernoso que tem alegria
do tempo estiloso e de muita magia
cantando galope distante do mar.

Depois foi Madrid de Miguel de Cervantes
que a fez Don Quixote nos prados da Espanha
e ao dar-lhe coragem e força tamanha
previu um futuro melhor do que dantes.
Sem ter de ficar no quartel de Abrantes
Resolve crescer, aprender e lutar.
Nas mãos do El País pretendendo mostrar
retorna à São Paulo em passo certeiro
refaz sua vida em tom brasileiro
cantando galope distante do mar.

Sávio Pinheiro

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